os vídeos não se utilizam da palavra: é por aí que eu me expresso

Palavra diz muito, definidora dificulta a alegoria

às vezes palavra sabe demais pra se deixar encontrar a magia

Luto com olho e ouvido, me exponho e convido: cada um devolver a si
(si mesmo)



A poesia no material

Ganhamos consciência. Inventamos explicação

A máquina de imaginar exposta, hardware livre



Faço filmes porque acho maravilhoso como a imaginação pode sair da pessoa e chegar em outra

Cores, linhas, tempo, sons, gestos são milimetricamente organizados pela percepção

em missão de contágio



Quero dizer que:

Falar de mim: idade, sonho, cor de pele, orientação sexual, escolaridade etc

do que faço: curtas independentes com amigos, vídeos da gente dançando em casa, planos a mil

ou de como se faz : colaborativo, no ímpeto, segundo os ventos da estação

dá igual.



A coisa contém a coisa mesma: a charada.



Me assumo em auto-análise, assim como faço nos filmes, expulsando de mim pra poder ver.

O encontro que acontece na pele da imagem:

entre quem faz e oferece uma imaginação – quem vê, testemunha e se deixa

nos expomos todos



Tão rico é parir junto. O encaixe das pessoas no quebra-cabeças.

O propósito são os exercícios > os exercícios são o filme >
a condição é a troca e a inter-suficiência > em ritual de improviso

Nasce uma orquestra de símbolos do trabalhar em coletivo

um sentimento filme – em imersão.





Preciso dizer também, o ponto alto dessa receita é que meus companheiros de imaginação são maravilhosos

e isso me ultrapassa de tanta beleza ou de tanta verdade

[texto escrito para Revista Geni - novembro 2015]
Maya Mascarenhas
Curtas
histórico
um contato
fotografia
pesquisa